Confesso que há algumas semanas uma professora me deixou muito reflexiva sobre isso, não que meus textos sejam completamente lindos e maravilhosos, ou extremamente tocantes para as outras pessoas, mas são tocantes para mim e isso basta. Na verdade sou a única pessoa que mais tem que sentir-se tocada com isso, o restante é identificadão. Acho que quem não sente-se tocado por si tem um grave problema.
Tenho guardado tantas chaves enigmáticas aqui dentro, tantas fechaduras trancadas e outras por vezes escancaradas, e tem porta que já nem existe mais, e alguns portões fiz questão de destruir e fiz com muito gosto.
As angustias de hoje já não são as mesmas de ontem e nem serão as mesmas de amanhã. mas de uma coisa teremos certeza: "a angustia nos acompanhará" já dizia Clóvis Barros Filho, alguém que um dia ainda verei ser reconhecido assim como foi Platão, Aristóteles, etc.
Percebi ao longo dos meus dias que esta angustia é causada pelo meu tempo ausente da criação de meus textos, seja aqui, seja no meu caderno, ou em guardanapo em um bar, em uma folha esquecida no meio de um livro, em qualquer lugar.
Meu eu-lírico, meus heterônimos, personagens, meu alter ego grita e suplica por uma volta. E cá estou a escrever esse texto sem nem mesmo saber onde ele vai dar.
São tantas histórias, contos inventados e mascarados, frases perdidas, pontos sem nós que já não cabem mais em mim, então cheguei a um ponto que transbordei.
"Transbordo não nego, volto quando couber"...não coube e então volto para cá para não deixar cair e perder todo esse líquido transbordado misto de sentimentos, sonhos, fantasias inventadas e vividas.
A periodicidade disso? Não sei, sempre que não couber, eu acho e sempre que der e também quando não mais der.
Encerro então aqui, as 05:03 esse ato.
Assinado,
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