terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A promessa dos olhos

 


Das promessas que as pessoas fazem, as que mais doem são aquelas feitas com os olhos.
Palavras quando jogadas ao vento somem e são esquecidas, assim como as promessas com palavras.
Depois de tantos encontros e desencontros, erros e acertos você sempre vai conhecer quando alguém que ama diz algo com os olhos e faz firmada a promessa das palavras com o olhar.
É frustrante e triste quando você acredita até sua ultima gota de força e fé que a promessa será cumprida e ela não é, ai você não sabe se chora, se grita, se joga tudo para o alto, se aponta o erro...bem, eu afogo minha triteza e minhas frustações com palavras. Escrevo até os dedos darem caibrãs, ou então até a folha ficar salgada com a agua do mar que escorre pelo meu rosto.
Enquanto penso o que farei diante da situação, vou recolhendo os retalhos, as fotos, as roupas, o cheiro, as lembranças para guardar. Não por que eu vou dar um fim no sofrimento, não! Mas já dizia a vovó que é melhor previnir do remediar.
E por que não dar um fim? Cheguei a conclusão que não é por covardia como eu estava pensando, é por falta de vontade. Não vou fazer algo que não quero. Sofro em silencio até quando não der mais para aguentar, e aí sim quando não der mais explodo e mergulho no meu proprio topor.

Fenerella Enid

domingo, 29 de julho de 2012

Conto de fadas




"Fenerella, vc tem que entender que contos de fadas não existem!" E quem disse que não?
Essa historia que não existem príncipes encantados e donzelas em perigo é pura mentira!
Conto de fadas existem siiim! Só podem não durar "para sempre", mas como o tempo é relativo o "pra sempre" pode ser um só momento, uma só noite, uma só manhã, oito meses, um ano, uma semana, uma vida, um segundo.
Cada um monta sua linda historia de amor. E cada um é um tipo de principe.
Quem vai dizer que um principe encantado não se identifica em um beijo apaixonado? Em ganhar uma rosa no dias dos namorados, em um café da manhã, em chocolates no seu aniversario ou depois de uma briga? Em ao ver a lua e tomar um vinho, em ver um por do sol e tocar violão para vc ou então não sabendo tocar nenhum instrumento pedir para que toquem uma musica para vc só para e arrancar um sorriso. Em sair correndo atras de vc quando brigam, ou então cantando baixinho no seu ouvido "vem me fazer feliz porque eu te amo" enquanto te faz massagem para vc dormir. Os principes podem até nao vir de cavalo (depende, se vc mora no interior isso é possivel) mas eles aparecem. A diferença é quem nem todo mundo percebe que um conto de fadas é vc quem faz. A vida é ciclica, portanto logo que acaba um conto o outro começa. Se vai ter um final feliz? Depende 80% de você. Se vai ter um final? Isso depende com o desenrolar da historia. Lembre-se que nem todo termino tem que ter sofrimento ou ser ruim, afinal sofrer é opção.
Idependente de principe ser branco, negro, amarelo, mais novo, mais velho, morar perto, morar longe, ser serio, descontraído, ser calmo ou estourado, ele será o seu principe e faça da historia de vocês o seu conto de fadas, sinta a magia no ar pelo jeito que vocês se beijam, se apaixonem em cada olhar.
Posso dizer que tive sorte pois conheci a cultura de muitos reinos e quer saber? Sou muito feliz com isso, mesmo que um dia eu chore, não vou me arrepender porque eu vivi e também sou feliz em saber que existem vários principes por aí.
Fenerella Enid

terça-feira, 24 de julho de 2012

Restava a ela um mínimo de razão na loucura.




"Ele era o único que ela podia confiar isso, porque ele era covarde e não faria nada que partisse dele mesmo para impedir. Morria de medo, daquilo, da perda, da responsabilade, mas era fraco demais ao ponto de suportar o fato de nunca mais ouvir a gargalhada dela, como fato imutável.
Não suportaria perdê-la de novo – como havia perdido aos poucos-, então se afastou na ilusão de que aquilo acabaria. Agora passa os dias se lamentando, fazendo tudo errado, perdendo qualquer motivo que ela ainda tivesse pra pensar nele, pra amar ele, pra voltar. Nunca chegou a fazer nada porque restava a ela um mínimo de razão na loucura.
Ele.
E se importava um pouco com si mesma, pra logo perder o interesse e voltar as idéias proibidas, as ações de atentado quanto a própria vida.
Durava um segundo que ia se tranformando em minutos, horas, dias de desespero. O jeito dele agir sem segurança estava deixando-a cada vez
mais absurda consigo mesma. Desejando o fim do seu sofrimento.
No mais tardar, olhava para a lua e se perguntava se ele estaria olhando também ou se estava pensando na outra.
O que sobrava de si mesma eram pedaços dos outros, por isso sobrevivia. Mas aquilo de sobreviver ia acabando, como uma bateria já no final.
Os celulares todos desligados, a presença já não notável, os dias que chegavam ao fim trazendo uma única certeza: a de que ele não voltaria e a de que ela traria fim a própria vida.
E ele, fato consumado, único culpado."


Eu lembro dia e noite, noite e dia.






"Chorando o gelo que você me deu
Achando que você já me esqueceu
Não sei se foi você ou se fui eu, menino.
Tô na Bahia e tô sentindo frio
Praia tá cheia; em mim tudo vazio
Quebrei a corda, eu tô por um fio.
Eu lembro beijos, blues e poesia.
O sal na pele, você me lambia
Eu lembro a cara que você fazia
Será que eu lembro o que não existia?
E eu dizia: "Oh baby, I love you""

sábado, 7 de julho de 2012

Tudo se quebrando.




"Boa noite, amanha a gente se fala. Beijo" foram as ultimas palavras ditas no telefone aquela noite, com aquela voz desanimada, triste e baixa.
A luz do celular se apaga e eu abraço meu bichinho de pelúcia. Agora na cama somos apenas eu e ele começando a se molhar com as lagrimas que começam a cair.
Os pensamentos na cabeça "joga tudo para o alto, procure algo que você quer e do jeito que você quer." Do que adiantaria se o que eu quero nao posso ter com ele? E quero só com ele.
Esse anjo desperta a minha face mais sombria, envolta com sofrimento. Seria um amor não correspondido ou não compreendido?
Não há nada que pode ser feito. Nada que possa ser mudado, pois não depende apenas da minha vontade, do meu sentimento. Sinto como se eu tivesse sido deixada de lado. A linda bonequinha de porcelana na estante que o anjo cansou de brincar e foi recordar como era brincar com a outra boneca que ele brincava antes de me encontrar.
Pergunto para Afrodite se não podia ser mais facil? Se não era melhor eu nao me importar com esses tipos de sentimentos. Como agora eu desejo ser fria em relação a isso! Estar nem aí, não precisar dele, do toque, do cheiro, do beijo, não me preocupar, não querer, não sentir falta, mas infelizmente sou totalmente ao contrario, sou muito do sentir e não vou contra minha natureza. O que fazer enquanto isso? Nada! Esperar as lagrimas que molharam meu bicho de pelúcia e meu travesseiro secarem e continuar sentindo e despertando o que sinto em outras pessoas, para que se propague e não se acabe. Transmute e mude.
Fenerella Enid.


sábado, 26 de maio de 2012

Uriel


                                                                      





Neste momento o corte das laminas pareceriam cócegas. O mais amargo veneno pareceria algodão-doce colorido de criança. O ranger daquele velho e vazio balanço seria melodia aos meus ouvidos. Aquela vontade de não existir não é o que mais sinto de ruim agora, mas a vontade que tive de fazer alguém sumir que foi o mais ruim. Torturar com a verdade, armar um quarto com fotos, vídeos, sensações, lembranças da ilusão que tu vives, que criaram só para não ver a bonequinha chorar. Vontade de ter seu sangue escorrendo pelas minhas mãos e pelo chão, vontade de arrancar toda a tua energia vital até que desmaie, iria gargalhar muito gostoso quando te visse ali ao chão como bonequinha largada. Sentiria orgasmos de ouvir "Eu desisto, acabou para mim, faça o que tu queres, vivam como quiserem, não vou mais impedir, não vou mais discutir, não vou mais prender".
Fico admirada com minha raiva, minha vontade imensa de executar minhas ilusões de dores que criei especialmente para esta criatura que deseja ser pura.
No meu quarto tentando fazer esta sombra má se calar, tentando colocar a mordaça neste lobo raivoso, chorei, chorei muito, pois ainda não aceito este lado do meu lobo. Virada na cama com a cabeça para o lado de fora fazendo com que ela fique de cabeça para baixo meu cabelo alcançada o chão e o sentia balançar. Ao meu lado aquela foto. Na minha mente aquela imagem. Chorando pesso proteção, proteção dos meus próprios desejos.
Cheguei em um estado que já não sabia mais se estava dormindo ou acordada, mas ainda ecoava no silencio da minha mente "proteja-me, proteja-me, proteja-me do que quero". Repentinamente vejo um moço, pele marfim. Seu rosto não conseguia ver, não era bem definido, tinha uma luz tão forte que não conseguia ver a cor de seus olhos. Estatura média corpo definido, com apenas uma calça branca e um bracelete dourado em seu braço. Intuitivamente sorri. Ainda o olhando de cabeça para baixo ele se aproximou, sentou-se ao lado de minha cama ficou com o rosto perto do meu ouvido e colocou meu cabelo em sua pernas que estavam cruzadas. Brincava de colocar os dedos no meu cabelo da raiz até as pontas. Em minha cabeça ainda ecoava "proteja-me, proteja-me, proteja-me" Ele respondia aos meus ouvidos "protejo-te, protejo-te, protejo-te", ouvia sua voz e seu hálito aos meus ouvidos, era um sopro gelado, mas bem sutil. As lagrimas caiam e ele ainda brincava com meu cabelo. Via em seu pulso uma serpente tattuada, uma linda serpente dourada.
E vem a estranha pergunta em minha mente "Por que sumiu desde os meus 7 anos? Te chamei por tanto tempo. Quero estudar e conhecer sua complexidade." Ele respondia ao meu ouvido "Me chamou, mas não chamou com o sentimento, me chamou pelo simples fato que querer me ver aparecer para ver se era verdade, duvidou de minha existência por muito tempo, assim como duvidou da existência daquelas que se fazem presentes neste quarto hoje em dia". O engraçado que eu não precisava dizer nada, era apenas pensar. Perguntava "E por que veio agora?", respondia com seu hálito fresco: "Por que fez com que seu sentimento me chamasse, por que realmente precisava de mim ao seu lado e não importava se me veria ou me sentira, só pedia. Em sonho passado revelei meu nome, não querias saber tanto?!" Pensei em um lindo nome que havia descoberto a pouco tempo e ele continuou a falar: "Não, este é um nome terreno. Vindo de onde vim, mas este não é meu nome", logo me veio na cabeça um outro nome, um mais curto, um que me lembrava firmeza da Terra e neste momento ele fez o sim com a cabeça. Então eu o chamava e pedia para que me protegesse, já estávamos falando em outra língua. Foi quando eu deitei de costas para cima e chorava. Ele deitou por cima de mim, como se me cobrisse por inteira, suas mãos se entrelaçavam nas minhas. Ele dizia "vou te levar a um lugar, você precisa muito", minha cabeça vazia, mas sentia meu corpo molhado, quando abri os olhos dei conta que estava dentro da água, meu corpo boiava, mas eu estava com a cabeça voltada para a água. Sentia afundar, afundava, afundava e afundava, parecia que algo me empurrava para baixo. Comecei a ficar sem ar e querer voltar, mas não conseguia, parecia que aquele oceano não tinha mais fim, eu afundava e ficava cada vez mais escuro e o ar faltava, já estava em desespero, era agonizante. Cai deitada na areia do fundo daquele oceano, abri os olhos e o vi ali. Me puxou pelos pés e me empurrou para cima, eu subi muito rápido e assim que cheguei a superfície enchi o máximo que pude meus pulmões com todo ar, nadei ate a beira. Sentei, respirei, por um segundo me senti aliviada e purificada. Ao meu lado direito rastejava uma grande cobra, linda e dourada, um pouco abaixo de sua cabeça tinha uma espécie de coleira dourada também. Segui aquela cobra e pisei em um buraco que cai profundamente. Senti medo e novamente em minha cabeça ecoava "proteja-me, proteja-me, proteja-me". Logo apos a voz dele "Protejo-te, protejo-te, protejo-te". Abro os olhos, estou de volta ao meu quarto, do jeito que estava antes, de cabeça para baixo. Olho para meu apanhador de sonhos e vejo suas penas balançarem sem ter vento nenhum no quarto. Viro na cama, fico do lado da parede e volto a dormir.
Fenerella Enid.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Proteja-me






Somos nós os brinquedos do destino
Lembre-se dos momentos divinos
Momentos de bem estar, menisfestados de manhã
E agora nós somos tão sozinhos
Perdidos os sonhos de se amar
O tempo que não tinhamos feito nada
E nos resta toda uma vida para chorar
E agora nós somos tão sozinhos
Proteja-me do que eu quero
Protege-moi de mes désirs
Protège-moi, protège-moi